Vaginismo ou dor gênito-pélvica/penetração é uma disfunção sexual que causa dor e dificuldade ou impede a penetração vaginal tanto durante a relação sexual como de outros objetos e exames ginecológicos.
Toda disfunção sexual é multifatorial, o que isso quer dizer? É que não existe uma coisa só que cause a disfunção e sim a união de várias coisas. Sabe aquela história do que veio primeiro, o ovo ou a galinha? É mais ou menos assim que funciona com o vaginismo.
O que vemos é que mulheres com vaginismo tem algumas características semelhantes… claro, mulheres que sofreram algum trauma ou abuso sexual, isso pode impactar sua sexualidade e muitas acabam desenvolvendo o vaginismo. Mas não todas, inclusive, mulheres que já passaram por um trauma desses, dependendendo da forma como isso foi lidado, podem não ter disfunções sexuais.
Mas na grande maioria das vezes não está relacionada ao abuso e nem sempre também estará associada a alguma doença ginecológica. Pouquíssimas desenvolvem vaginismo após uma candidíase, infecção vaginal, apesar de ser possível.
Também não são mulheres exclusivamente que têm baixa escolaridade ou são vulneráveis socialmente, o vaginismo pode atingir todas, em todas as classes e esferas sociais.
Costumo dizer que o vaginismo é a “doença” que afeta mulheres que esse mal foi causado por uma sociedade machista e patriarcal.
São mulheres que tiveram uma educação sobre o sexo rígida e castradora; são mulheres com pouca ou nenhuma confiança em si; mulheres que se sentem mal com o seu corpo e não suportam tocar a própria vulva e vagina; mulheres que não tem nenhum conhecimento de como o corpo delas funcionam; mulheres que a sociedade as fizeram acreditar que sexo doía e que por isso, ela teve medo da primeira relação sexual; outras que queriam esconder sua sexualidade, porque acreditavam que era errado…
É uma questão psicológica sim, são mulheres que têm medo da penetração por algum tipo e acaba criando uma espécie de “fobia” a qualquer estímulo penetrativo. Mas não quer dizer que se está cabeça ele não existe. Ele também afeta a parte física, pois há um aumento da tensão da musculatura do assoalho pélvico, gerando pontos de dor e diminui a flexibilidade na vagina.
O que importa ao final das contas, é que ele tem tratamento e tem cura. E a fisioterapia pélvica pode te ajudar nisso!